Nova vida - história - Parte l

Eu não acredito indo me mudar novamente, ainda não entendo o que a minha mãe tem contra ficar em um lugar por mais de dois anos ? ¬¬

Agora estou eu aqui indo entrar nessa escola nova, nenhum conhecido, absolutamente ninguém que eu possa puxar uma conversa logo de cara e essa minha timidez ainda vai me atrapalhar muito mais. É só entrar na sala esperar o recreio e tentar me enturmar, de novo.

Todos me olham, estou nervosa vou fazer alguma besteira.

- Hoje iniciando o segundo semestre de aulas do ano, iremos começar com algo mais descontraido, iremos fazer um quiz em dulpas. - Disse o professor que parecia animado em fazer todos os alunos reclamarem de tédio.

Ainda bem que foi ele mesmo quem separou as duplas. Espera, ele está se esquecendo de mim aqui. Que ótimo agora vou ter que me sentar com ele, esperava me enturmar com alguém por agora.

Aquele professor insuportável só sabia reclamar de como as pessoas eram barulhentas, estava com vontade de matá-lo para ele mesmo parar de fazer barulho. Quando já estava prestes a dizer cala-boca, um outro aluno entrou pela porta e se desculpou pelo atraso.

Desde o momento que ele entrou até o momento que o professor mandou ele sentar comigo eu fiquei o encarando. Eu e todas as outras meninas da sala, acho que ele era alguém cobiçado por ali. Bom depois dessa observação ele com certeza não é do meu tipo. Ele é terrivelmente bonito, mas é claro feito água o que esta por trás dessa máscara dele de anjinho, ele só deve ficar com as meninas para se divertir, deve ter tido várias namoradas e deve ter uma fama de 'pegador', que nojo. Nem o conheço, mas só pelo jeito que se comporta pensando que é o dono do mundo já posso perceber que ele é assim.

Ele parou e me olhou por dez minutos sem nem piscar e depois resolver perguntar:

-Qual o seu nome ?-

-Meu nome é Ana, e o seu ?-

-Meu nome é André. Você é novata aqui ? - E se virou para pegar mais uma folha do quiz para ele.

- Sim eu sou, eu vim de Salvador. Mas não sou natural de lá nasci em São Paulo. - Lembrei de todas as minhas amigas que ficaram para trás, que saudades.

Ele ficou curioso. - E como voce veio parar aqui em Curitiba. Digo, é um distância imensa. - Ele realmente parecia não entender.

E como sabia que era uma distância bem grande, 23b5 Km. Tentei explicar para ele.

-Meu pai faleceu quando eu tinha apenas cinco anos. Então onde minha mãe for tenho que ir, e como ela é procuradora federal, a gente muda para diferentes cidades com muita frequência .-

-Nossa, deve ser perfeito ficar viajando por todo o país, não é mesmo ? -

Era uma pergunta retórica, mas tive que dizer

-Nem tanto, tive que deixar para trás muitas amizades.-

Ele fez como que se tivesse comovido.

O que estava acontecendo aquele menino era para ser chato e metido e não para fazer me sentir tão bem. Não posso me iludir de novo eu prometi a mim que não ia mais me deixar levar por mentiras de meninos.

Mas não pude evitar, passamos aquele dia todo conversando me levou até em casa e nos dias seguintes a gente sempre estava junto, conversando. Ele me fazia rir como ninguém e alguma coisa nele me dizia que ele também gostava da minha presença.

Depois de mais alguns meses, estava chegando a festa de fim de ano, o baile de formatura. Como rito de passagem para a turma do terceiro ano do ensino médio, há sempre um grande baile onde as meninas e os meninos vão acompanhados.

Eu pensava que ninguém iria me convidar, afinal o que alguém podia encontrar de interessante em mim.

Num bela tarde de domingo o André me ligou, me chamando para ir ao parque com ele. Aceitei, para mim era algo normal. Mas nenhuma daquelas palavras que ele me disse pareciam normais para mim. Ele havia me feito elogios um pouco mais do que amigos normais fariam e depois me convidou para ir ao baile com ele. Meninas normais aceitariam sem ele nem precisar de terminar a frase, ele era perfeito. Mas eu não poderia, e se eu me iludisse de mais e depois me machucasse, eu não iria suportar outra dor daquelas, não com ele, ele é tudo para mim e além do mais eu tinha prometido para mim mesma que não ia mais me deixar levar tão facilmente. E agora, pois se eu não aceitar esse convite ele também com toda a certeza nunca mais vai olhar na minha cara e eu não suportava essa ideia também.

continua